VI Escola Brasileira de Ensino de Física
Índice de Artigos
Programação
A programação da VI EBEF consiste de três minicursos abordando aprendizagem e ensino de Física, gênese da Física Moderna e aprendizagem ativa, de quatro palestras abordando a matemática no Ensino de Física, o método de ensino SCALE-UP, o Eclipse Solar de Sobral de 1919 e o modelo padrão da partículas elementares, uma mesa redonda abordando o tema dos desafios do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, duas sessões de pôsteres e duas reuniões restritas a docentes e CPG do MNPEF para discussões. No pátio do campus, em paralelo ao evento, haverá uma exposição sobre os 100 anos de Sobral apresentada pelo grupo de Ensino de Física da UFES. Os minicursos têm duração de quatro horas e meia.
MINICURSOS
I - MINICURSO 1: Teorias de Aprendizagem e Implicações para o Ensino da Física
Dr. Marco Antônio Moreira (UFRGS – RS)
Resumo:Inicialmente, serão feitas breves apresentações de teorias comportamentalistas (Wundt, Watson, Thorndike e Skinner). A seguir, serão abordadas várias teorias cognitivistas construtivistas (Piaget, Bruner, Vygotsky, Vergnaud, Ausubel e Johnson-Laird). Em prosseguimento, serão descritas algumas teorias humanistas (Rogers, Kelly, Novak, Gowin, Freire e Moreira). Ao término da breve descrição de cada uma dessas teorias serão feitas alusões a implicações para o ensino da Física. Ao final, será construído um quadro comparativo, destacando conceitos básicos, ideias centrais e retomando interfaces entre teorias de aprendizagem e ensino de Física, muitas das quais, na prática, são ignoradas na cultura contemporânea do ensino para a testagem.
II - MINICURSO 2: A Inserção de Episódios Históricos no MNPEF. Dois Exemplos: A Gênese da Teoria Quântica e da Teoria da Relatividade.
Dr. Nelson Studart Filho (UFABC-SP)
Resumo:Há evidências de que aspectos da história da física contribuem para que os alunos aprendam o conteúdo físico e a natureza da ciência, promovendo a compreensão mais profunda dos conceitos científicos e discussão de concepções alternativas que são semelhantes às de físicos do passado. Uma das estratégias de uso da história na sala de aula consiste em tratar episódios históricos, ao invés de uma abordagem ampla e superficial, como feito em disciplinas do tipo “evolução dos conceitos da física”. Essa é a proposta de “Marcos do desenvolvimento da física”, disciplina obrigatória do currículo do MNPEF. Neste minicurso, uma discussão acerca do uso dessa metodologia na disciplina de Marcos será feita, seguida da abordagem histórica de dois episódios: as origens da teoria quântica e da relatividade restrita.
III - MINICURSO 3: Metodologias ativas como um desafio no Ensino da Física.
Dra. Iramaia Jorge Cabral de Paulo (UFMT – MT)
Resumo: A aprendizagem é um desafio pessoal, potencializada pela interação social, entre pares, esse é o fundamento basilar de Lev Vygotsky, Paulo Freire, D.B.Gowin, M. Moreira, referenciais importantes da aprendizagem. Nessa perspectiva, a aprendizagem é construída por meio de negociações com pares, ativamente. Metodologias ativas, portanto, não são novidade. Entretanto, particularmente nas aulas de Física, tende-se a reproduzir a histórica experiência de aulas antidialógicas - não por falta de iniciativa docente, mas pelo desconhecimento de metodologias ativas e as dificuldades inerentes a sua implementação. No presente minicurso apresentaremos alguns métodos ativos de ensino, com exemplos de aplicação, tais como Peer Instruction, Sala de aula invertida, Aprendizagem baseada em problemas, o Método do caso e Unidades de Ensino Potencialmente Significativas (UEPS), além de discutir possibilidades de implementação dessas metodologias em diferentes contextos.
CONFERÊNCIAS
I - CONFERÊNCIA 1: A Matemática no Ensino de Física
Dr. Maurício Pietrocolla Pinto de Oliveira (USP – SP)
Resumo: Estudantes usualmente consideram as equações matemáticas como meras fórmulas, sem perceber que elas estão relacionadas a um modelo físico particular. Além disso, muitos professores têm a concepção ingênua que a matemática é somente uma ferramenta do método empírico-indutivo. Entretanto, como linguagem da física, a matemática é uma expressão do seu pensamento e não apenas um instrumento de comunicação. Na construção de modelos físicos, a matemática organiza as ideias sobre o mundo físico, e empresta sua própria estrutura ao pensamento científico. O presente trabalho discute alguns aspectos da matematização na construção do conhecimento físico e suas implicações para o ensino/aprendizagem.
II - CONFERÊNCIA 2: "É mesmo possível abrir mão de aulas expositivas? A experiência SCALE-UP no IFUSP"
Dra. Carmen Pimentel Cintra do Prado (USP – SP)
Resumo: Nessa palestra iremos apresentar de discutir os resultados (dificuldades e conquistas) de uma experiência de aprendizagem ativa implantada a partir de 2014 nas disciplinas de física 1 e 2 dos cursos de bacharelado em física, astronomia, geofísica e meteorologia (diurno e noturno) da Universidade de São Paulo, campus capital. A experiência adaptou à realidade brasileira um protocolo conhecido como SCALE-UP, que combina diversas propostas como aula invertida, educação por pares, clickers, experimentos e simulação numérica, entre outros, com uma mudança e modernização do conteúdo das físicas básicas do primeiro ano. Os resultados depois de 5 anos, são promissores, com um aumento na taxa de aprovação sem que tenha sido possível detectar alteração no desempenho dos alunos em física 3. Pretendemos ainda discutir dificuldades concretas, como garantir que os alunos estudem antes, resistência do próprio corpo docente do IFUSP, particularidades do trabalho em equipe, entre outros.
III - CONFERÊNCIA 3: Os 100 Anos de Sobral
Dr. Laercio Evandro Ferracioli da Silva (UFES – ES)
*O Eclipse Solar de Sobral, a Divulgação Científica e o Ensino da Física*
No mesmo ano em que pública o artigo com os fundamentos da Teoria da Relatividade Geral (1916), Einstein finaliza seu livro de divulgação científica sobre esse tema que é publicado na língua inglesa em 1920 - Relativity: The Special and the General Theory – A Popular Exposition. A proposta de Einstein, cioso da complexidade de sua teoria, era promover o entendimento de suas ideias ao público em geral. A partir dessa fato, são analisados algumas obras que seguiram a proposta de Einstein, são abordados dificuldades e oportunidades sobre a divulgação científica da Física e, finalmente, analisadas possíveis articulações com o Ensino de Física.
IV - CONFERÊNCIA 4: Espectroscopia Hadrônica: Álgebra Linear, Mecânica Quântica e as Partículas Elementares
Dr. Wesley Spalenza (Ifes – Cariacica)
A física de partículas elementares foi construída por muitas mãos, se apropriando de conceitos da natureza que foram comprovados experimentalmente e teoricamente ao longo da história da humanidade. A comprovação teórica perpassou pelo desenvolvimento de novas técnicas matemáticas como, a álgebra linear, que é até hoje o objeto principal da fundamentação da teoria da mecânica quântica. Esta fundamentação também foi necessária para descrever não só a física atômica e molecular, mas também a física nuclear e as classificação das partículas subatômicas. O maior avanço teórico se deu com o aparecimento e introdução das teorias de grupos, atendendo as demandas e expectativas da montagem deste enorme quebra-cabeça que talvez nunca termine, pois cada vez mais, novas partículas tem se mostrado nos experimentos de grandes aceleradores ao longo do planeta.
MESA REDONDA "DESAFIOS FUTUROS DO MNPEF"
A mesa redonda será um espaço de discussão para compartilhar experiências e discutir desafios do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física.
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